A presidente Dilma Rousseff anunciou ontem que o governo federal vai financiar, em parceria com o Estado do Rio, a construção de seis mil unidades habitacionais nas sete cidades da Região Serrana atingidas pelas chuvas. Na mesma cerimônia, realizada no Palácio Guanabara com ministros, prefeitos e o governador Sérgio Cabral, representantes de 12 empresas do setor de construção civil afirmaram que vão erguer gratuitamente duas mil moradias para os desabrigados. Caberá ao governo estadual e aos municípios fazerem as desapropriações de terrenos e prepará-los com a infraestrutura. Todas as oito mil unidades serão doadas sem custos para as famílias.
- A gente sabe que a dor é insuperável, as perdas não têm preço, nem podem ser superadas só com uma casa, mas acho que é uma iniciativa que vem no sentido de melhorar essa situação - disse Dilma, que acrescentou: - Acredito que todos nós aqui somos participantes de um grande esforço que o Brasil tem a fazer, no sentido de que nós não podemos deixar que se repitam catástrofes dessa dimensão. Nós todos temos, hoje, mais conhecimento do que é necessário fazer para evitar isso.
Outra medida anunciada pelo governo federal é a abertura de uma linha de crédito do BNDES para financiar projetos de mapeamento de áreas de risco no país. A presidente aproveitou para cobrar dos governos estaduais e das prefeituras as condições de trabalho das equipes de Defesa Civil nas cidades:
- Nem a Defesa Civil do estado, apenas, nem a da União, apenas, podem atuar de forma eficiente em um desastre. Você precisa da Defesa Civil lá no município, e ela precisa ter uma formação. É preciso formar as pessoas, para elas terem uma atitude firme - disse a presidente, que, durante a entrevista coletiva, fez um elogio público ao vice-governador Luiz Fernando Pezão, que foi, segundo ela, o ponto de referência na Região Serrana.
Segundo o governo do estado, as casas serão construídas conforme a demanda apresentada pelas prefeituras da Região Serrana. Mas já se sabe que a prioridade serão as famílias que estão nos abrigos municipais ou vivendo em áreas de risco. O vice-governador informou que, em Friburgo, existem 555 famílias sem casa. Outras 80 já foram retiradas de áreas de risco em Teresópolis. Em Petrópolis, outras 500 famílias vivem com o aluguel social pago pelo estado. O governador Sérgio Cabral agradeceu a ajuda da presidente e dos empresários:
- Neste anúncio, o que não esperávamos é que a senhora (Dilma Rousseff) nos trouxesse hoje (ontem) esta notícia tão maravilhosa, para se somar ao ato de doação dos empresários da construção.
Após a cerimônia no Palácio Guanabara, a presidente Dilma visitou o Centro de Operações da prefeitura do Rio. O prefeito Eduardo Paes, que chamou por engano a presidente de ministra por três vezes, explicou como funcionava o centro de operações, que terá um sistema de previsão do tempo mais preciso que o usado atualmente. Ao final, Dilma disse que o Rio está um passo à frente em relação às outras prefeituras.
- Vocês (equipe da prefeitura) estão um passo à frente no Brasil, em matéria de integração de informações de gestão do espaço urbano. Principalmente em uma cidade tão complexa como o Rio de Janeiro - afirmou a presidente.