Empreendimentos solidários trazem lucro e benefícios à comunidade
Empreendimentos sociais crescem mais a cada dia, no Brasil e no mundo, e têm como objetivo primordial beneficiar a população em fatores sociais, solidários, econômicos e auto-sustentáveis. Um negócio solidário, de verdade, busca solucionar problemas sociais, de forma inovadora, combater a pobreza e incluir a população de baixa renda na cadeia produtiva. E iniciativas de sucesso podem, ao mesmo tempo, ajudar a comunidade e ter rentabilidade.
Em 2006, Muhammad Yunus, economista bengalês, ganhou o prêmio Nobel da Paz por subsidiar a redução da pobreza ao fundar um modelo bancário de microcrédito, o Grameen Bank (GB). A definição do serviço é bank for the poor (banco para os pobres). O banco oferece crédito de forma apropriada e razoável para a população rural carente de Bangladesh, para estimular o comércio e o desenvolvimento sócio-econômico da região. E esse fato foi um dos grandes estimulantes aos negócios sociais que trazem impacto positivo para a sociedade.
O primeiro setor da economia é o setor público, constituído pelo Estado e entidades relacionadas. O segundo é o setor privado: mercado de empresas de atividades primárias, exercidas em benefício particular. O terceiro não é público, nem privado, é composto por organizações sem fins lucrativos que buscam o bem-estar da população. Empreendimentos sociais não se encaixam em nenhuma dessas três subdivisões, são um comércio a parte, encaixado entre o segundo e o terceiro setor.
Alguns exemplos são fornecedores de microcrédito para pessoas carentes e jovens empreendedores, operadoras de turismo com foco nas comunidades visitadas e marcas que utilizam mão de obra de artesãos. Esse estilo de negócio estimula a economia e oferece espaço para empreendedores criativos e bem intencionados. Os principais desafios são: busca de sustentabilidade, de patrocinadores e captação de recursos.
Sabendo da importância do empreendedorismo social, o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (CDT/UnB) criou a Incubadora Social e Solidária (Issol), modalidade da Mutincubadora de Empresas. A Issol se destina ao desenvolvimento de competências, da sustentabilidade e da capacidade empreendedora e profissional de grupos comunitários de artesãos e produtores rurais de Distrito Federal e entorno, como a Associação Arte do Bosque, de São Sebastião, e o grupo Espaço Peça Única, do Cruzeiro. Sem deixar de lado o valor humano, apoia o movimento associativista e cooperativista e tem como princípios básicos a autogestão, a solidariedade e a democracia.