Parque Tecnológico promete atrair novas multinacionais
Após reunião com o secretários de governo e representantes do setor produtivo do DF, o governador Agnelo Queiroz (PT) anunciou a assinatura do decreto que prevê o início da construção do Parque Tecnológico Capital Digital (PTCD) – por várias vezes anunciado pelas gestões anteriores. O parque fica numa área de 123 hectares próximo à Granja do Torto e está sob a responsabilidade da Secretaria de Ciências e Tecnologia e da Terracap, que será a gestora da sociedade que envolverá o GDF e o setor privado.
O governador prometeu que as empresas que se instalarem no local terão segurança jurídica para trabalhar e que o polo tecnológico será modelo para a construção do polo de biotecnologia. Algumas áreas já estão reservadas. A da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, que terão no parque seus centros tecnológicos, de uma escola técnica, que será responsável pela formação de recursos humanos e a da Fundação de Amparo à Pesquisa (FAP).
“O parque não saiu antes por falta de vontade política, se o interesse fosse particular, áreas seriam distribuídas, etc. Nós vamos introduzir com essa experiência um modelo que a Terracap não venderá este terreno, ela será parceira do empreendimento. Ela vai lucrar o resto da vida com o empreendimento. As terras são finitas e nós temos que pensar nas gerações futuras. Ela terá a visão de uma agência de desenvolvimento”, disse o governador. Dessa forma, caso a empresa queira deixar o negócio, devolverá o terreno à Terracap que, por sua vez, volta a deixar a área disponível a uma nova empresa.
Agnelo pretende, com a construção, trazer investimentos internacionais para o DF. Segundo o governador, até 2014 serão gerados 20 mil empregos diretos e outros 60 mil indiretos. A parte de recursos humanos envolverá a Secretaria de Educação, que em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) formará profissionais para as multinacionais.
O total do valor investido na área não foi divulgado, já que as empresas que participarão da construção dos prédios e que explorarão a área com a Terracap serão selecionadas por meio de edital, previsto para maio deste ano. No local, os investimentos já garantidos são os R$ 4 bilhões referentes à construção dos prédios do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
Responsáveis por inadimplência serão punidos
Agnelo comentou a questão da inadimplência do GDF, que impede o governo de pegar empréstimos e verba federal. O governador afirmou que, durante a transição, o problema foi identificado e que pediu ao então governador, Rogério Rosso, que tomasse providências. “É uma situação seríssima. É uma das heranças malditas. O DF é a unidade da Federação com maior pendência no Cadin, INSS, todo tipo de cadastro. Uma área ou outra que escapou, que o funcionário não teve o cuidado ou não apresentou um documento, isso vai sempre acontecer. Mas isso de forma generalizada, em praticamente todos os convênios, é uma política de deixar a cidade impedida de tomar empréstimos, fazer convênios e pegar dinheiro federal”, desabafou. “Fizemos uma força-tarefa para prestar contas. Mas tem processo que você sequer acha, tamanho o grau de descaso, e seremos rígidos para responsabilizar esses gestores, que cometeram esse absurdo”, concluiu Agnelo. (SA).